Tem muitas formas de
elogiarmos e exaltarmos as mulheres em seu dia. Como leitora eu escolhi trazer
um pouco sobre três de nossas autoras brasileiras, as que escolhi já tem seu
sucesso consagrado, mas é sempre relevante lembrar delas e, principalmente, ler
suas obras.
Nº
1: Clarice Lispector
Clarice nasceu na Ucrânia em 1920, veio para o Brasil em
1922, sendo, então, naturalizada brasileira. (ela mesma se declarava como
pernambucana). Seu nome era Haia Lispector, porém ao se mudarem para o Brasil
toda a família muda de nome e Haia passa a se chamar Clarice. Escritora,
tradutora e jornalista de origem judaica, Clarice sabia falar pelo menos sete
idiomas: português, inglês, francês e espanhol, fluentemente; hebraico e
iídiche, com provável fluência; e russo, com pouca fluência levada da infância.
Como tradutora para o português, entretanto, utilizou somente o inglês, o
francês e o espanhol. Teve seu primeiro conto publicado aos 19 anos de idade, “Triunfo”,
em um semanário. Em 1943 formou-se em Direito, casou e estreou na literatura
com o romance “Perto do Coração Selvagem”, com o qual recebeu o Prêmio Graça
Aranha. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os
filhos, Pedro e Paulo. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã,
assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a
coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos,
que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Teve 17 obras
publicadas (entre romances, novelas, contos e crônicas) e ganhou inúmeros prêmios.
Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. Sua última
obra foi “A Hora da Estrela”, escrito no mesmo ano de sua morte.
A
Hora da Estrela: No romance Rodrigo S.M conta a história de
Macabéa, vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro onde vivia com mais quatro
colegas de quarto, além de trabalhar como datilógrafa. Macabéa é uma mulher
comum, para quem ninguém olharia, ou melhor, a quem qualquer um desprezaria:
corpo franzino, doente, feia, maus hábitos de higiene. Além disso, era alvo
fácil da propaganda e da indústria cultural. Nossa personagem não sabe quem é,
o que a torna incapaz de impor-se frente a qualquer um. "A Hora da
Estrela" é um romance sobre o desamparo a que todos estamos entregues. A
história começa quando uma moça do interior vêm para a cidade grande em busca
de seus sonhos, que acabam se misturando com a realidade.
Nº
2: Lygia Fagundes Telles
Lygia nasceu em São Paulo em 1923. Romancista e contista
tendo com 15 anos publicado seu primeiro livro, "Porão e Sobrado", a
publicação foi financiada pelo pai da escritora. Formou-se me Direito e
Educação Física, na Universidade de São Paulo, porém, seu interesse maior era
mesmo a literatura. Sua estreia oficial na literatura deu-se em 1944, com o
volume de contos "Praia Viva". Em 1982 foi eleita para a
Academia Paulista de Letras. Em 1985, tornou-se a terceira mulher eleita para a
Academia Brasileira de Letras. Em 1987 é eleita para a Academia das Ciências de
Lisboa. Teve 21 obras publicadas. Seus maiores sucessos são “Ciranda de Pedra”,
publicado em 1954 e “As Meninas”, publicado em 1973.
As
Meninas: São Paulo, 1973, auge da
ditadura militar. Num pensionato para moças, as universitárias Lorena, Lia e
Ana Clara iniciam a vida adulta num mundo conturbado por rápidas
transformações. Lygia Fagundes Telles entrelaça de modo sutil e complexo as
trajetórias dessas meninas às voltas com o sexo, as drogas e a repressão
política. Num pensionato de freiras paulistano, em 1973, três
jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A
burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e
literárias. Namora um homem casado, mas permanece virgem. A drogada Ana Clara,
linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia,
por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso. As
Meninas colhe essas três criaturas em pleno movimento, num momento de impasse
em suas vidas. Transitando com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa
para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma ora de outra das
protagonistas, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico,
que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas
transformações, sobretudo comportamentais.
Nº
3: Cecília Meireles
Nasceu em 1901, no Rio de Janeiro. Poetisa, professora,
jornalista e pintora. Órfã de pai e mãe, aos três anos de idade passa a ser
criada pela avó materna. Fez o curso primário na Escola Estácio de Sá, onde
recebeu das mãos de Olavo Bilac a medalha do ouro por ter feito o curso com
louvor e distinção. Formou-se professora pelo Instituto de Educação em 1917.
Estreou na literatura aos 18 anos, com o livro “Espectros”. Em 1939 publicou
"Viagem" livro que lhe deu o prêmio de poesia da Academia Brasileira
de Letras. Estudou literatura, música, folclore e teoria educacional.
De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária
sobre problemas de educação. Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil
do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil. Cecília Benevides de Carvalho
Meireles morre no Rio de Janeiro no dia 9 de novembro de 1964. Foi a primeira
voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras
publicadas.
Ou
Isto ou Aquilo: livro de poemas de Cecília Meireles brinca
com as palavras e encanta as crianças com sua sensibilidade, impressões e
cores. Há muitos anos, é recomendado para uso nas escolas. É considerado um dos
mais belos e importantes livros de poemas para crianças.
Conhecendo um pouco mais da história de vida dessas três
autoras brasileiras, a única coisa que posso dizer é que são autoras com obras
para serem lidas, relidas e pensadas. São exemplos de mulheres, dignas de serem lembradas neste dia, e em todos os dias. Mas esta é apenas uma singela homenagem a elas, uma lembrança a este dia.
Comecei com Cecília Meireles na infância (nem sei dizer
quantas vezes li “Ou Isto ou Aquilo”), conheci Lygia Fagundes Telles na adolescência,
através de As Meninas. Estudei Clarice Lispector na faculdade, a partir de sua
única obra não intimista, A Hora da Estrela. Enfim, essas leituras são essenciais
para qualquer leitor, não apenas as obras que citei, mas qualquer obra dessas autoras.
Boas leituras!
By: Luana dos Santos
6 comentários
Amei o post! Acho que a única autora que eu conheço, mas também só de nome é a Clarice Lispector. achei que não era brasileira, não sei da onde eu tirei isso rsrsr. Parabéns
ResponderExcluirUm beijo
blogthayseferreira.blogspot.com.br
Pois é Thayse, ela é Ucraniana de nascimento, porém naturalizada brasileira, veio para o Brasil com 2 anos de idade.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOu Luana,
ResponderExcluirEu sou apaixonada pela Clarice e pela Cecília, da Lygia ainda não tive a oportunidade de ler nenhum livro.
A Cecília marcou minha infância com seus livros e adolescência com alguns poemas. Já a Clarice, mudou meu jeito de ver o mundo e ainda muda toda vez que leio algumas de suas obras!
Sou apaixonada por elas!
Beijos
http:// diariodeumalivromaniaca.blogspot.com.br
Ana, penso eu que a Cecília marcou a infância de muitos brasileiros, e quando tiver oportunidade leia Lygia, você amar também!!!
ResponderExcluirBeijos
Já li muito Ou Isto Ou Aquilo na biblioteca quando eu estudava no ensino fundamental shauhsuasua Ainda não li na da da Clarice, me sinto envergonhada shuahuash
ResponderExcluirEnfim, ótimo post!
Beijos invernode1996.blogspot.com.br
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