TÃtulo: Cat: meu amigo psicopata
Autor: Malu Ghiraldeli
Editora: Arwen
Edição: 1
Ano: 2016
Idioma: Português
Editora: Arwen
Edição: 1
Ano: 2016
Idioma: Português
Páginas: 440
Classificação: 4/5 ♥
Classificação: 4/5 ♥
Sinopse: Um estudante de psicologia, um estudante de medicina, uma garota albina, e um psicopata. Ou talvez uma gangue deles. Logan Davis sabia que aquilo não ia dar certo, sempre soube, mas como ele mesmo diz: a carne é fraca. Então quando o jovem estudante de medicina William Miller pede sua ajuda para um projeto no mÃnimo impossÃvel, ele acaba aceitando, e ambos agora são responsáveis pelo psicopata mais perigoso da cidade. O propósito? Fazê-lo se apaixonar, valendo o diploma do jovem médico e uma vaga preciosa em um famoso hospital. Uma experiência que vai acabar trazendo de volta velhos inimigos, criando novos deles, derramando um pouquinho de sangue e virando suas vidas de cabeça para baixo.
RESENHA
Logan Davis e William Miller estudantes de uma universidade
renomada, prestes a concluÃrem o curso de medicina tentam vaga em um dos
hospitais de psiquiatria mais importante do paÃs.
A vaga é concorrida, muitos querem esse lugar, por isso o
projeto apresentado para o TCC (trabalho de conclusão de curso) é extremamente
ousado. William quer provar que consegue fazer um psicopata amar, mas como?
Nota: Psicopatia ou sociopatia é a designação atribuÃda para um
indivÃduo com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade,
caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da
capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro,
pela pertença de uma atitude de dominância desmedida. Esse tipo de
comportamento agonista é relacionado com a ocorrência de delinquência, crime,
falta de remorso e dominância, mas também é associado com competência social e
liderança. A psicopatia, descrita como um padrão de alta ocorrência de
comportamentos violentos e manipulatórios, é frequentemente considerada uma
expressão patológica da agressão instrumental, além da falta de remorso e de
empatia. A psicopatia está diretamente relacionada com
o Transtorno de
Personalidade Antissocial, contudo
estas condições não são sinônimas, uma vez que este é uma classificação médica
e a psicopatia é uma classificação de um padrão comportamental cientÃfico. Ou
seja, alguém pode ser classificado como sendo portador de Transtorno de
Personalidade Antissocial sem atender aos critérios para ser classificado como
psicopata. (Wikipédia).
O projeto não é aprovado pelos jurados da bancada avaliadora
da universidade, mas isso não parece ser um obstáculo para Will, ele quer
arriscar e provar que sua tese está correta.
Logan é estudante de psicologia da mesma universidade onde
Will estuda, na pratica as duas alas psicologia x psiquiatria são rivais, mesmo
não indo com a cara um do outro Will pede ajuda para Davis para realizar esse
projeto, visto que se for bem-sucedido ambos serão beneficiados com uma vaga e
um enorme salário e prestÃgio já no inÃcio de carreira.
Mesmo com a negativa de avance do projeto pelos coordenadores
da universidade, Will consegue junto aos advogados de seu pai (um homem rico e
poderoso) uma liminar para seguir adiante, ele escolhe sua cobaia. Seu
escolhido é Elijah Cartes, um dos criminosos mais procurados do estado por
matar pessoas a sangue frio, a escolha de Will não foi por acaso, além de ser
um psicopata perigoso, Carter é formado em medicina, isso será muito útil ao
projeto de Will.
Logan e Will passam a viver com Cat (Apelido de Carter, o
psicopata) colocando suas vidas em risco, a princÃpio tudo transcorre
normalmente, Cat inclusive mostra-se muito carismático, simpático e agradável,
já em outros momentos é extremamente fechado, antissocial e indecifrável. O
pensamento que surge é inevitável, ele só pode estar planejando algo, e isso
não é bom.
Megan é outra participante do projeto de Will e se oferece
para conquistar o coração de Cat, como é formada em psiquiatria ela acredita
que será capaz de se aproximar dele e, posteriormente, conseguir lidar com a
ideia de ter um psicopata interessado nela.
Tudo parece estar saindo perfeitamente como planejado, até a
chegada de Amy, ela é amiga de Logan e foge de casa por estar cansada da
proteção de seus pais, então aparece na casa onde estão vivendo Logan e todo
pessoal envolvido no projeto do psicopata. O encontro de Amy e Cat não é nada
amigável, mas pouco a pouco o plano começa a sair do lugar, Cat fica
interessado em Amy, no inÃcio ela não sabe nada sobre o projeto e nem quem ele
é, mas depois sua identidade é revelada. O que qualquer pessoa normal faria
nesse caso seria afastar-se, mas isso não acontece com Amy. Você assim como eu
deve perguntar-se por qual motivo, a única conclusão que pude chegar é que Amy
estava à procura de perigo, talvez pela criação sufocante e superprotetora que
teve, perigo era a novidade e
Inconscientemente isso a atraia para Cat, e a chave da
história é que Cat também sentia-se atraÃdo por Amy pelo mesmo motivo, ambos
atraem-se pelo perigo, e para Cat saber que Emy não fugiu dele ou qualquer
coisa do tipo, mesmo após saber sua real identidade o deixou extremamente
curioso.
O projeto é concluÃdo e declarado um sucesso, psicopatas são
capazes de ter sentimentos, mas tudo é uma bomba constante que poderá explodir
a qualquer momento, por serem quem são, nada é constate e seu comportamento
pode sair de controle a qualquer momento, em relacionamentos tendem a serem abusivos,
transformando seus companheiros em propriedade, acreditando que são seu objeto
e podem fazer o que quiserem. Aqui poderia fazer uma alusão a dois personagens
muito famosos e que são o sucesso do momento: Coringa e Arlequina do filme
Esquadrão Suicida. Coringa um tÃpico psicopata que ultrapassa a vilania
mostrando-se também desequilibrado emocionalmente e com picos psicóticos visÃveis,
Arlequina por sua vez torna-se seu objeto, onde em sua cabeça ele faz o que
quiser. Um relacionamento abusivo.
A autora a partir desse ideal tenta deixar claro a
importância da confiança em um relacionamento seja ele qual for. Mas
sinceramente, você confiaria em um psicopata? Além disso temos várias reflexões
não apenas da abordagem do tema psicopatia de maneira entretida, já que em
momentos o leitor é capaz de simpatizar com a "quadrilha" de
psicopatas que aparecem na trama, eles não são mortais todo tempo e muito menos
agressivos, ao contrário, são envolventes, carismáticos, afetuosos, muito
inteligentes, etc. Vivem em qualquer lugar, em qualquer parte, estão perto de
mim e de você, o mais assustador? Nem desconfiamos na maioria das vezes, podem
estar no trabalho, na escola, ser um amigo, um conhecido, um vizinho, enfim.
A autora teve uma ótima sacada na criação da história com
roteiro interessante, abordando temas sérios e pesados com toque leve e
envolvente. Achei incrÃvel a maneira com que nos faz perceber como somos
frágeis como seres humanos, e ao mesmo tempo perigosos, da reflexão deixada
acerca de nossos limites e atitudes, e principalmente, do quão estamos dispostos
a confiar.
É assustador mesmo sendo uma ficção simpatizarmos com psicopatas, e
vermos o quão interessante são essas pessoas, saber que por mais inteligente
que você seja, eles sempre estarão um passo à sua frente.
Saindo da ficção e entrando na realidade temos
um caso REAL e extremamente aflitivo muito divulgado na mÃdia de um psicopata
extremo, o famoso: ManÃaco do Parque, você lembra? (Se não, basta dar um
Google). Tem todos os traços, afinal o cara abordava jovens na rua, as
convencia de ir com ele, assim sem mais nem menos, para isso a pessoa tem que
ter muita lábia, né gente, transparecer muita confiança, ser muito gentil, etc.
Depois, quando chegavam ao local que ele queria, ele violentava suas vÃtimas e as matava com requintes de crueldade. Não foi uma nem duas, foram várias mortes cometidas por esse manÃaco. E pasmem, queridos leitores, pesquisando um pouco sobre esse caso, me deparei com informações de que mulheres do Brasil inteiro lhe mandavam cartas de amor e pediam encontros com ele, muitas inclusive o pediam em casamento, isso quando ele já estava preso, e o caso tinha sido divulgado pela mÃdia massivamente. Então entra o contraponto que fiz antes desse parágrafo, sobre a reflexão envolta do ser humano. Da inteligência desse psicopata intitulado “ManÃaco do parque” quando em uma entrevista o apresentador Marcelo Rezende lhe pergunta o que ele sentiria algum dia ele tivesse uma filha e alguém fizesse com ela o que ele fez com as mulheres que matou, e ele prontamente com o sangue frio lhe responde com outra pergunta que desconcerta o entrevistador: E se eu fosse seu filho? Como podem ver, nem toda ficção está tão longe da realidade.
Com um texto bem desenvolvido, uma narrativa atraente e “fácil” os passos dos personagens tornam-se aventuras que prendem e surpreendem o leitor. Além da mensagem deixada nas entrelinhas tornam o livro Cat, meu amigo psicopata um misto de prazer (na leitura, enredo, personagens, trama) com um quê de reflexão (sobre humanidade, atitudes, escolhas, consequências, porquês e motivos).
3 comentários
Que linda sua resenha! Muito obrigada! <3
ResponderExcluirQue linda sua resenha! Muito obrigada! <3
ResponderExcluirObrigada, Maria Luiza.
ExcluirEscreva um comentário